quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Rowling e Daniel discutem sobre as diferenças entre os filmes e os livros
Radcliffe: O que foi adorável - e eu acho que falo por todos no set - é você ter estado presente no começo. E você meio que se afastou quando viu que não faríamos grandes mudanças nos filmes. Isso foi difícil?
Rowling: Foi fácil e um alívio. Eu estava muito presente no começo. Eu queria que o Salão Principal parecesse certo, eu queria que o Beco Diagonal parecesse certo. Havia detalhes que eu via tão claramente na minha mente. Eu sabia que podia ajudar. Eu sabia que podia ajudar genuinamente e tornar tudo certo para os leitores. Eu sentia um grande sentimento de proteção e lealdade para com os leitores.
Eu tenho que dizer que, inevitavelmente, você tem que sair da história dos livros. Os livros são simplesmente muito longos para se transformarem em filmes muito fieis. Eu poderia pensar em muitos locais em que funcionou lindamente.
Radcliffe: Às vezes eu realmente penso que se fizéssemos um filme Harry Potter de 6 horas, teria público.
Rowling: E eles ainda estariam reclamando que as coisas não estavam certas. E eles ainda iriam querer ver a versão do diretor. Então não vamos entrar nessa história.
Radcliffe: Há algo - falando em coisas serem trocadas - há algo que cortamos que tenha deixado você chateada? E há algo que colocamos que não estava nos livros que você pensou ser ótimo? Porque eu me lembro com Alfonso e os Dementadores...
Rowling: Não, eu me lembro exatamente o que aconteceu com Alfonso. Antes de tudo, eu acho que ele fez os Dementadores lindamente. Eu amei o fato de eles terem criado uma antipatia visceral para os Dementadores. Eu amo o que ele fez com os Dementadores. O que foi, é que tinha algo no roteiro. Alfonso realmente queria colocar música no filme. Ele colocou o coral, que eu amei. Mas, em um ponto, ele tinha essa cena bizarra onde o Flitwick era o maestro e tinha pessoas em miniatura em uma orquestra dentro de algo. E eu só, sabe, esse é meu jeito um pouco fora de moda, eu disse "mas por quê?". Eu sei que, visualmente, é interessante, mas parte do que os fãs gostavam do mundo literário é que ele tinha uma lógica o mantendo unido. Havia sempre lógica na magia, não importando o quão estranha ela se tornasse. Sei que seria intrigante entrar no que quer que fosse aquilo e ver essas pessoas pequenas, mas por quê? Por que eles teriam feito isso? Para você filmar! Era isso que parecia. Você sabe, normalmente há uma razão com a mágica. Então tivemos uma pequena discussão sobre aquilo.
Às vezes eu bati o pé sobre as coisas mais engraças. Eu disse "Sim, mude a roupa. Sim, isso pode acontecer naquela cidade dentro daquela cidade". E, de repente, eu dizia "Mas eles não fariam esse feitiço. Por que eles fariam isso lá?" Então acho que, às vezes, deixava as pessoas confusas. Mas eu também me lembro, logo no começo quando você foi escolhido, eu me lembro de David Heyman me chamar e dizer "Nós tentamos lentes de contato verdes. Nós podemos fazer isso digitalmente em uma pós produção. O quão importante é que os olhos dele sejam verdes?"
Radcliffe: Isso eu teria que lhe agradecer.
Rowling: E eu disse, ah, "A única coisa importante é que os olhos dele sejam exatamente iguais aos de sua mãe. Então, se estão procurando uma Lilian, precisa ter uma semelhança, mas eles não têm que ser verdes." "Oh, graças a Deus", ele disse. As lentes foram tão ruins assim?
Radcliffe: Há uma porcentagem muito pequena de pessoas que aparentemente tem uma reação extrema com lentes de contato. Eu era uma delas.
Rowling: Coitadinho. Eu me sinto realmente mal.
Radcliffe: Não, não se preocupe! Foi há dez anos, eu me sinto realmente bem.
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